|_| Mariposa de Obsidiana |_|
28.6.05
 
Pessoa





Pessoa, sem obstáculos,

Que duvidou sempre da realidade deste mundo,

Onde a sua obra é a sua biografia

E ele o obstáculo



A realidade das suas ficções

coabita com a irrealidade

da sua vida quotidiana



Será a poesia o seu outro?

¿É a poesia? Não:

a poesia é o que fica e nos consola

26.6.05
 
Num dado momento cheguei à conclusão de que vivemos numa situação que é como se estivéssemos num passeio da estrada e um amigo estivesse do outro lado e pretendessemos, digamos, que o nosso amigo comprasse cigarros, mas este não nos ouvia completamente devido ao tráfego. Assim teríamos de gritar e usar sinais de mão, sem que quaisquer destas possibilidades fosse uma imagem precisa do que queríamos, mas nas sobreposições a mensagem passaria. Para mim, a questão é começar a fazer trabalhos que sejam assim.

Vivemos um tempo em que o pensamento é cada vez mais por/com/através de imagens. Estas colorações emergem dos ‘reflexos/cores/projecções’ que as palavras nos revelam. Através de diálogos/conversas virtuais - em que o conjunto de palavras dos dois interlocutores procura formar uma unidade -, inseridos em superfícies brancas, procura-se colorir o pensamento de quem observa.



At a certain point I realized that we live in a situation that is like when one is on the sidewalk and a friend is on the other side and we wanted him, say, to pick us up some cigarettes, and he couldn’t quite hear us because of the traffic. So we would sort of yell out what we wanted and use hand signals, and although none of those was a complete picture of exactly what we wanted, in the overlaps the message would get across. For me the point is to start doing works that are like that.

We live a time where the thought is each time more for/with/through images. These colorations emerge from the ‘reflexions/colours/projections’ that words reveal us. Through the construction of virtual dialogues/conversations - where the conjunction of words from both interlocutors creates a unity -, inserted in white surfaces, it is intended to color the thought of the one who observes.





Colorações | Colorations



Outono 2004


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